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O processo de mixagem é tecnicamente complexo e ainda mais complexo é manter a coerência auditiva. Mascaramento, fadiga e nossa capacidade de "acostumar" com os sons tendem a influenciar negativamente nossa capacidade de decisão. Muitas vezes  achamos que nossa mixagem está incrível e quando comparamos, já no processo de finalização e masterização, percebemos que tem muita coisa fora de lugar. 

Um procedimento muito usado por diversos profissionais aqui do Brasil e de fora, é a utilização de reference tracks, ou no bom brasileiro "músicas pra comparar".
A utilização de reference tracks é muito interessante pois permite que o profissional consiga verificar elementos do espectro geral da mix evitando que a mesma fique excessivamente longe do padrão da indústria.

O procedimento consiste simplesmente em levar uma ou mais faixas para dentro do seu projeto, geralmente mixagens que você já conhece, gosta e que tenha alguma semelhança estilística com a mix que você está trabalhando. Essas faixas deverão ser ouvidas de tempos em tempos durante o processo de mixagem. Isso vai "resetar o seu ouvido", permitindo que seus julgamentos sejam mais assertivos.

Mas esse procedimento merece alguns cuidados. Uma coisa muito importante a se levar em consideração é: não queira igualar sua mixagem com a reference track!

Em resumo isso não é algo positivo e nem deve ser esse o propósito. Basta ouvir mixagens de diferentes artistas, álbuns e épocas. São muito diferentes, mas existe certa alguma coesão, se ouvirmos tudo em uma playlist, as diferenças não podem ser muito grandes. Música mais antigas (70 pra trás) diferem demasiadamente das atuais em volume e timbre e exatamente por isso que diversos discos têm sido remasterizados ao longo do tempo.

O propósito do uso de referências é manter o ouvido coeso, evitando excessos. Não cabe aqui buscar timbre semelhantes, efeitos idênticos ou a mesma compressão e volume. A idéia é aproximar, tentando manter sua própria mixagem. Muitos profissionais utilizam, inclusive, diversas faixas de referência para uma mesma música, usando umas para checar os graves, outra pra colocação de determinado instrumento, outro para plano de voz e assim por diante.

Com isso em mente tente montar seu CD de referência. Digo CD porque é interessante manter inclusive uma quantidade controlada de músicas de referência. Pense em umas 10 ou 12. Mais do que isso pode causar mais confusão do que efetivamente ajudar. Divida seus CDs em estilos musicais caso você trabalhe com variações estilísticas muito drásticas... exemplo: MPB X Metal!

Como sugestão, monte um cd com músicas de diferentes épocas, coloque músicas suaves e outras agressivas e estude esse CD! Ouça muito, tente perceber a diferença de timbre, volume, dinâmica, etc. Essas músicas serão a sua âncora.

Pesquise também profissionais que você admira, veja quem mixou aquele disco que você adora, estude o cara. Defina algumas faixas dele como parte do seu CD. Um excelente site para descobrir quem mixou o quê, é o DISCOGS, nele você encontra a ficha técnica de uma vasta lista de discos.

Por fim, tente escolher musicas que você gosta! Ou que pelo menos não lhe desagrade. É importante respeitar isso.

Uma música de excelente mixagem, mas que te incomoda, tende a prejudicar o processo de estudo e análise. Já passei por isso. Substitua por alguma do mesmo disco, ou procure alguma que tenha os mesmos elementos mas que lhe agrade mais. Confie, isso faz diferença.

Quem trabalha com mixagem tende a seguir um pensamento técnico e objetivo e isso é extremamente importante, porém música é sentimento, é vibração, não dá pra ficar alheio a isso sempre, ou você corre o sério risco de não estar mais fazendo música, apenas girando botões e levantando faders...

No próximo post, vou colocar listar as músicas presentes no meu cd de referencia e o porque da escolha de cada música, talvez pode ser útil pra você. Até lá!

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